Àwọn Omi Òṣàlá: o mito do rei recontado na mitologia dos orixás

Diego Fernando R. Azorli, Fabiana Lopes da Cunha

Resumo


As cerimônias das Águas de Oxalá abrem o calendário litúrgico dos candomblés brasileiros. Em Ourinhos (SP), no terreiro Ile Ase Omi Oju Aro, elas são praticadas de maneira restrita aos iniciados no culto. Nesse conjunto de ritos, uma das histórias do orixá Oxalá é recontada e celebrada conforme era na África. Os ajustes e ressignificações desses rituais, nos candomblés paulistas, são o nosso foco neste trabalho. Essas cerimônias, para os fiéis, apresentam papéis diversos, como de purificação, de manutenção da memória coletiva e de reafirmação dos mitos, além de interligação entre mitologia e rito. É um momento de reflexão e silêncio, fértil para que o olhar detido do pesquisador investigue diversos aspectos da preservação e da reinvenção do culto de candomblé paulista. O terreiro de candomblé que investigamos é o ponto de partida para discutir essas e outras questões.


Palavras-chave


história, mitologia, candomblé, Ourinhos.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22491/1806-8553.v10n2a002

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