Em busca da memória de Jacarezinho (PR): estação ferroviária de Jacarezinho e expressões da afetividade
Resumo
Este estudo consiste na interpretação da construção de narrativas que gravitam em torno da estação ferroviária de Jacarezinho. Na oralidade as pessoas inventaram e reinventaram suas experiências sobre a edificação e a máquina férrea, engendrando relações que transportaram seus enredos para fora dos trilhos. Representado em fotografias, poesia e lenda, o descarrilamento das memórias permite a construção de relações com outros aspectos e delineia o trajeto da afetividade que envolve o local. Nesse sentido, a estação ferroviária de Jacarezinho é redimensionada e surge múltipla, não apenas como ponto de chegada e partida, mas também, e significativamente, de contato humano a ser analisado como um espaço público no qual relações de trocas encontram-se associadas à produção de sentimentos de pertencimento e delineação de identidade de grupos em seus frequentadores. Contudo, sem as viagens e utilidade da edificação, o afastamento das pessoas com o local, o desuso, deterioração e a perda das referências pessoais, acarretaram o adormecimento do significado social. Desta maneira, propomos uma breve observação acerca dos caminhos da afetividade, com relação ao patrimônio ferroviário de Jacarezinho, narradas nas fotografias, poesia e lendas e a reflexão acerca das dificuldades locais de preservação e revitalização, dialogando com o conceito de ressonância.
Palavras-chave: estação ferroviária de Jacarezinho, afetividade, ressonância, história local.
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DOI: http://dx.doi.org/10.22491/1806-8553.v11n1a003
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