Pac cidades históricas: análise da experiência de Congonhas sob a ótica do culto moderno aos monumentos

Alexandre Augusto da Costa

Resumo


Este artigo propõe um debate entre as ações do programa PAC Cidades Históricas do governo federal em investimentos e requalificação dos sítios históricos e do entorno urbano a partir da experiência nos últimos anos da cidade de Congonhas – MG, observando as conceituações do historiador austríaco Alois Riegl (2014) sobre o culto moderno aos monumentos. Congonhas guarda o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade (1985): a obra-prima do mestre barroco Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho) com os 12 profetas em pedra-sabão e as 66 esculturas dos passos da paixão de Cristo no conjunto da Basílica. Na segunda década do presente século a Prefeitura Municipal criou uma equipe de trabalho permanente para elaboração, captação, gerenciamento e execução das obras do programa do governo federal, que envolvem os principais prédios do período colonial e, de forma mais abrangente, o entorno da região da Basílica com intervenções de restauro e requalificação urbana. Nesse sentido, este trabalho busca pensar as categorias de Riegl (2014) sobre o “querer da arte” na modernidade como ponto central e, de forma preliminar, suscitar algumas discussões sobre o conceito de reflexividade de Henri-Pierre Jeudy (2005).


Palavras-chave


monumento; patrimônio; restauração; preservação; políticas de salvaguarda

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Referências


ALMEIDA, C. F. de. Património: Riegl e hoje. Revista da Faculdade de Letras, Porto, v. 10, n. 2, p. 407-416, 1993.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22491/1806-8553.v.13n1a327

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